António
Manuel Frasco Vieira nasceu no dia 16 de Janeiro de 1955 em Leça da Palmeira.
Foi no Leixões S.C. que Frasco iniciou a sua carreira de futebolista com 14
anos de idade.
Fez a sua estreia na 1ª Divisão Nacional na temporada de 1973/74 com apenas 18
anos de idade pelo Leixões S.C. treinado em primeiro lugar por António Teixeira
e mais tarde por Haroldo de Campos. Nesta altura, Frasco ainda ocupava
preferencialmente a posição de avançado e só mais tarde foi recuado para a
posição que se notabilizou como meio campista. Na primeira época na 1ª Divisão
Nacional, num campeonato em que o Leixões S.C. se classificou na 14ª posição da
geral, Frasco foi utilizado apenas em 10 ocasiões sem ter apontado qualquer
golo. Mas seria na temporada seguinte que Frasco se irá afirmar definitivamente
na equipa de Matosinhos, já ocupando a posição de médio, disputando o nacional
maior da época de 1974/75 onde o Leixões S.C. treinado inicialmente por Haroldo
de Campos e Raul Oliveira e mais tarde por Filpo Nuñez, terminou a prova num
honroso 9º lugar. Frasco foi dos jogadores mais preponderantes nesta equipa do
Leixões, pois actuou em 27 partidas oficiais no Campeonato Nacional
concretizando 3 golos. A partir daí passou a ser dos jogadores mais importantes
na equipa do Leixões S.C. que nas épocas de 1975/76 e 1976/77 disputou a 1ª
Divisão Nacional. Nesta ultima época de 1976/77 o Leixões S.C. acabou por
descer à 2ª Divisão Nacional pois não conseguiu ir alem do penúltimo lugar na
prova não evitando dessa forma a despromoção. Nesta altura, Frasco era já um
jogador altamente pretendido por clubes de maior nomeada e que jogaria no
primeiro escalão, mas o certo é que ainda permaneceria durante mais uma
temporada ao serviço do clube da sua terra, desta feita, disputando a Zona Norte
da 2ª Divisão Nacional na época de 1977/78. No início da temporada de 1978/79
transferiu-se para o Futebol Clube do Porto treinado por José Maria Pedroto. A
sua estreia com a camisola dos Dragões aconteceu no dia 26 de Setembro de 1978
no Estádio do Bonfim, quando os portistas a jogar como equipa visitante,
derrotam o V. Setubal por 1-0, numa partida a contar para a 1ª jornada do
Campeonato Nacional de 1978/79. Frasco ingressou assim num dos mais importantes
clubes nacionais. O certo é que, ao serviço do F.C. Porto, Frasco iria
projectar-se definitivamente no futebol português, conquistando títulos
nacionais e internacionais, passando ainda a representar a Selecção Nacional
com regularidade. Seriam 11 épocas consecutivas ao serviço dos azuis e brancos
onde integrou equipas recheadas de grandes jogadores e treinadas por técnicos
de renome nacional e internacional. Integrou uma geração de jogadores do F.C.
Porto, como João Pinto, Lima Pereira, Jaime Pacheco, Sousa, André, Gomes,
Futre, entre outros, que ficaram para sempre ligados à história do principal
clube da cidade invicta. Logo na época de estreia ao serviço do F.C. Porto, em
1978/79, Frasco conquistou o seu primeiro título de Campeão Nacional. José
Maria Pedroto entregou a titularidade ao jovem Frasco de apenas 23 anos de
idade e este não se fez rogado exibindo-se ao mais alto nível durante aquela
temporada. Foi o único totalista da equipa do F.C. Porto no Campeonato Nacional
de 1978/79, alinhando as 30 partidas da prova e apontando 2 golos. Esta utilização
diz bem do contributo de Frasco para o êxito do F.C. Porto. Contributo que foi
devidamente recompensado pela Direcção portista que ofereceu ao jogador um
apartamento. Frasco destacava-se por ser um médio centro de baixa estatura,
franzino mas com grande entrega ao jogo e espírito de sacrifício. Era uma
verdadeira carraça em termos defensivos, sendo duro o quanto baste e com uma
capacidade física que dava muita acutilância ao futebol da equipa portista. Mas
Frasco sobressaia sobretudo pela forma como fazia a retenção do esférico
tornando-se por essa característica essencial para a posse de bola da formação
portista. Era também muito habilidoso na condução do jogo de ataque. Chegou à
Selecção Nacional de Portugal pela primeira vez no dia 17 de Outubro de 1979,
num jogo frente à Bélgica, em Bruxelas no Heysel Park, em partida a contar para
o apuramento para o Europeu de 1980. No jogo da estreia Frasco foi suplente,
entrando para o lugar do defesa Eurico Gomes. O seu primeiro jogo como titular
na equipa das quinas ocorreu em 1 de Novembro de 1979, frente à Noruega, no
Estádio Nacional, quando Portugal derrotou a equipa nórdica por 3-1. Frasco
completou 23 internacionalizações pela Selecção A de Portugal durante os 8 anos
em que foi regularmente convocado para os trabalhos da Selecção. Apontou
somente 1 golo, num jogo amigável frente à Bélgica no Estádio 1º Maio em Braga
realizado no dia 4 de Fevereiro de 1987, em que os portugueses venceram por
1-0. O seu ultimo jogo pela Selecção Nacional realizou-o no Estádio das Antas,
na cidade do Porto, num empate a zero bolas frente à Suiça no dia 11 de
Novembro de 1987 aquando do apuramento para o Europeu de 1988. Ao nível da
Selecção o ponto mais alto da sua carreira foi naturalmente a presença no
Europeu de França de 1984 onde Portugal espalhou o perfume do futebol luso
pelos relvados de terras gaulesas. Frasco figura assim no quadro de honra da
equipa de Portugal que se classificou num brilhante 3º lugar na principal prova
de selecções na Europa. Ao serviço dos azuis e brancos, Frasco conheceu vários
treinadores, dos quais se destacam evidentemente o mestre José Maria Pedroto,
Artur Jorge e Tomislav Ivic, com quem ganhou diversos títulos, ou ainda com
António Morais e Herman Stessl. Em 1983/84 conquistou o seu segundo titulo no
palmarés individual com a vitória do F.C. Porto na Taça de Portugal e na época
seguinte venceu novamente o Campeonato Nacional da 1ª Divisão já com Artur
Jorge ao leme do conjunto azul e branco. Entretanto, ao nível internacional,
destaca-se, desde logo, a presença na final da edição de 1983/84 da Taça dos
Vencedores das Taças frente aos italianos da Juventus F.C. Em jogo disputado no
16 de Maio de 1984, no Estádio St. Jakob, em Basileia na Suiça e arbitrado pelo
juiz Adolf Prokop da antiga RDA, o F.C. Porto foi derrotado pela Juventus F.C.
por 1-2 naquela que seria a primeira final europeia da equipa portista. Mais
tarde, na época de 1986/87, o F.C. Porto venceu a Taça dos Clubes Campeões
Europeus na final no Estádio do Prater em Viena de Áustria frente ao F.C.
Bayern Munique, numa partida em que Frasco foi suplente utilizado. Faz parte
ainda das conquistas da Supertaça Europeia frente ao Ajax F.C. de Amesterdão e
da Taça Intercontinental contra o A.C. Penarol. Em termos de títulos nacionais,
Frasco ainda conquistaria a dobradinha na época de 1987/88 quando o F.C. Porto
treinado por Tomislav Ivic juntou o título de Campeão Nacional à vitória na
final da Taça de Portugal frente ao V. Guimarães. Frasco acabou por fazer a sua
última época de azul e branco na temporada de 1988/89 numa altura em que já não
era titular na equipa portista integrando o plantel essencialmente pela sua
preponderância no espírito de grupo. Ao serviço do F.C. Porto, Frasco jogou
durante 11 épocas, tendo conquistado 15 Títulos, disputou 306 jogos oficiais e
marcou 25 golos. Já com 34 anos de idade jogou ainda uma temporada ao serviço
do Leixões S.C., o seu primeiro clube, na 2ª Divisão Nacional Zona Norte,
contribuindo de alguma forma para o acesso da equipa matosinhense à 2ª Divisão
de Honra do futebol português. Terminada a carreira de futebolista
profissional, Frasco manteve a sua ligação ao futebol, concretamente como
treinador em equipas dos escalões secundários. Foi adjunto de António Sousa no
S.C. Beira Mar e actualmente integra os quadros de treinadores das camadas
jovens do F.C. Porto. Por último, a história pela qual é mais lembrado entre os
adeptos portistas: apesar da morte recente do pai no alto mar, aceitou jogar o
desafio contra o S.C. Covilhã que daria o título 1985/86 ao F.C. Porto.
fonte:
Blog Estrea do F.C. DO PORTO- 2009
texto
retirado com a devida autorização do blog: paixaopeloporto.blogspot.com
Publicada
por Paulo Moreira
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