continuação
A Festa dos
Passeios
No Grupo Excursionista lá da rua, “Haja Paz
e Harmonia”, era o Sr. Joaquim corcunda que organizava as excursões, cheguei a
ir em pequenito a muitos lugares do Minho e Trás-os-Montes. Mais tarde em Vale Formoso, com o
Grupo “Estrela de S. Dinis”, onde meu pai foi vice-presidente e o meu primo
Arlindo tesoureiro, cheguei a visitar muitas terras do sul, pelo menos até
Setúbal e Castelo Branco. Com o grupo, fui pela primeira vez a Lisboa em 1957,
mesmo na altura em que foi demonstrada a RTP na Feira Popular em Palhavã.
Esses dias de passeio, eram esperados com
grande ansiedade, pois além da festa que proporcionavam, visitavam-se locais
que só na escola se ouviam falar e mais uma vez havia roupa nova para
estrear...
Normalmente às sete da manhã, lá estava-mos
todos na esquina da Lapa porque a camioneta não entrava na rua. De máquina fotográfica
a tiracolo, garrafões e cestos de verga para o pic-nic, que normalmente
constavam de frango assado, bolinhos de bacalhau e regueifa. Lá íamos ao Bom
Jesus a Braga, à Senhora dos Remédios a Lamego ou ao Parque de La Salette em Oliveira de
Azeméis.
Durante a viagem era hábito dos
excursionistas cantarem até ficarem roucos. Vá-se lá saber porquê! Não havia
excursão sem cantorias e que não se ouvisse:
Ó
Rosa arredonda a saia / Ò Rosa arredonda bem
Ó
Rosa arredonda a saia / Olha a roda que ela tem...
Ou então:
Digo
adeus á serra d’Agra / Digo adeus ao S. Lourenço
Não
te digo adeus a ti /Porque sabes o qu’eu penso.
Canções populares, simples e ingénuas como:
Quem
m’ensinou a nadar / Foi o peixinho do mar
Foi,
foi, foi moreninha / Foi o peixinho do mar.
Ou então:
O
Mar enrola n’areia / Ninguém sabe o que ele diz
Bate
n’areia e desmaia / Porque se sente feliz.
Haviam naquela época, cantigas de cariz
popular, assim como, as lenga-lengas que em miúdos aprendíamos, por exemplo,
quando víamos um caracol:
Caracol,
caracol / Põe os corninhos ao Sol.
Ou ao vermos uma Joaninha:
Joaninha
voa, voa /Que o teu pai está em Lisboa.
Ou para secar a ardósia na escola, depois de
molhada:
Seca
aqui, seca acolá / Que amanhã vem o papá.
continua
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